domingo, 7 de outubro de 2012

A VIDA DA GENTE


UM POUQUINHO DE HUMOR...

Com humor e brincando com a música “Gente”  da cantora e compositora  Mari Blue – sua neta, o Sr Ildeu  faz uma reflexão sobre certos tipos  de gente que cruzou pela vida

Embarcando na música de Mari Blue
No próximo festival concorro com minha música
Vou comprar um piano e um violão
Meu parceiro vai ser o João
Não sei o que vai acontecer no final da apuração
Vai ser um quebra-quebra
Minha música, meu piano e meu violão
Vai para o lixão
Coitado do meu parceiro João
Vai dar um trabalhão
Carregar tudo no caminhão

A vida é um livro aberto
Tem gente que não gosta de ler
Tem gente que não gosta de escrever
Paro para pensar e não consigo entender
Aprendi muitas lições na vida
Se eu viver mais cem anos
Ainda tenho muito que aprender
Tem gente má que fala da vida da gente
Tem gente boa que não mente
Tem gente que é inocente
Está sempre presente
No peito e no coração da gente
Tem gente que só sabe falar da vida da gente
Tem gente que pensa que sabe tudo
Mas não sabe nada
Tem gente que é incompetente
Tem gente que passa pela vida da gente
E não constrói nada decente
Tem gente que só sabe gastar dinheiro
Que sai do bolso da gente
Tem gente que é displicente
Viaja no mundo da lua
Não pensa em nada
Sai de casa para fazer compra
Vai para feira
Compra urubu pra fazer peixada
Tem gente que sai de casa dormindo
E é atropelado na estrada
Tem gente que dorme o dia inteiro
Nos dias frios e nas noites quentes
Tem gente que levanta pela manhã
Vai para o banheiro
Lava o rosto
E não escova os dentes
E não é por esquecimento
É para não gastar pasta de dente
Não penteia cabelo
Para não gastar o pente
Vai para a cozinha
Não ascende o fogão
Pra não gastar gás
Bebe café frio
Não bebe café quente
Tem gente que sai de casa bêbado
Tropeça na calçada
Não tem óculos e nem lente
Tem gente que vai para o boteco
Pede cachorro quente
E sem dinheiro no bolso
Pede pra pagar a conta
Àquele que está na sua frente
Assenta na mesa com desocupados
Pra falar da vida da gente
Fala muitas mentiras
De fatos inexistentes
Quando questionado
Jura que não mente
Que é inocente
Tem gente que é fofoqueiro
Fofoqueiro inteligente
Vai para uma festa
Faz fofoca indecente
Sopra bem baixinho no ouvido da gente
Sem mostrar os dentes
Sai para o meio do salão todo sorridente
Procurando a próxima vítima
Para fazer uma nova fofoca
Deixando o próximo ouvinte
Todo contente
Fiquei bem longe desta  gente
Segui aquele provérbio
O que os olhos não vê
O coração não sente
Segui a minha vida
Meu caminho
Chutei  a bola pra frente

SOBRE O PRODUTOR RURAL



O Sr Ildeu nos esclarece através desta breve entrevista, a situação do produtor rural em nosso país


Qual o perfil do produtor rural ?

Existem quatro classes de Produtor Rural:

Classe A > São os magnatas e latifundiários que conhecem suas fazendas, suas culturas e pastagens à bordo de um avião e pelos números de seus computadores. São os privilegiados que vivem e mamam nas tetas do governo; conseguem financiamentos com juros subsidiados a longo prazo; rolam suas dívidas tirando proveitos do seu prestígio político e social.
Classe B > São produtores empresários que não dependem das rendas das suas fazendas; em algumas situações possuem o mesmo comportamento dos produtores da Classe A.
Classe C > São produtores que vivem da fazenda, estão sempre preocupados em produzir, ter resultados positivos para manter suas propriedades. Se não administrarem bem, se não tiverem bom planejamento na administração estarão sujeitos a perder parte de seu rebanho, em algumas situações, parte de sua terra para honrar seus compromissos assumidos.
Classe D > É o produtor rural que acorda antes do sol nascer, ascende seu fogão à lenha para fazer o seu café, coloca suas botas, veste calças e camisas surradas, segue para o campo para mais um dia de trabalho. Do outro lado da porteira de sua propriedade o poder Público somente conhece este homem através do seu CPF para recolher impostos. Este homem está condenado à sua própria sorte: fator tempo, preço justo pelo seu produto, falta de assistência do poder público e é ainda discriminado pela sociedade que desconhece sua luta para produzir o alimento que é colocado em sua mesa.

Qual a situação financeira do produtor Rural ?

Classe A > Nadam no dinheiro público. Tomam altos empréstimos para produzir; compram mansões em condomínio de luxo e carros importados.
Classe B > Não foge muito à regra da classe A
Classe C > São produtores que vestem a camisa de Produtor Rural. Vivem em alerta, direcionados a produzir para o sustento da sua família, melhorar seu rebanho e as benfeitorias de sua fazenda.
Classe D > Vivem em regime de uma economia familiar; compram somente o básico, aquilo que não pode faltar em casa. Na verdade, vivem mais como pobre; difícil sobrar dinheiro para comprar algo de seus sonhos de consumo.

Pelo seu depoimento, não compreendo porque este homem da classe D está no campo...

Somente tenho uma resposta: Amor à terra, amor e desejo de dar continuidade ao que herdaram de seus pais. Meu ponto de vista, na verdade, é que desempenhar a missão da Classe C e D parece com a mesma tarefa de ser mãe de família; vive no calvário e mora no paraíso. Mãe por amor aos filhos, o produtor por amor à terra. Na sua maioria vive como pobre e morre rico ou remediado, deixando algum patrimônio para seus filhos.

Qual a diferença da qualidade de vida do Produtor Rural e o homem que mora na cidade

É de água para vinho. Tenho observado que aquele que monta um pequeno negócio na cidade, investe um capital que não representa nem 10 % do investimento de um produtor rural, mas vive muito melhor e tem um rendimento superior ao de uma propriedade de médio e pequeno porte.

Particularmente, sou apaixonado pela vida no campo. Com tantos problemas que o produtor vem enfrentando ultimamente, venho perdendo o encanto pela vida na roça. Tenho observado que nos países europeus, o produtor rural é respeitado como cidadão. Seus governantes os incentivam com  alguns subsídios para permanecerem no campo e produzirem. Em contrapartida, evitam que os mesmos possam ir para cidade e inchar as favelas.




MINHA HISTÓRIA, MINHA VIDA


MENSAGEM DE SEBASTIÃO ILDEU DO COUTO


Mensagem à minha esposa, filhos, filhas, genros, noras, netos e netas


Minha história, minha vida, meu comportamento, minha personalidade, minha disciplina, meu passado

Eu sou aquele homem que o mundo ensinou: Amar a vida, não fugir da luta e do trabalho. Recomeçar na derrota com o firme propósito de alcançar aquele objetivo que deveria ter conquistado. Viver com simplicidade, ter princípio de honestidade, honrar a minha identidade. Respeitar e amar a família – respeito e amor de verdade. Não vender sonhos, não comprar ilusões e fantasias; viver somente a realidade. Acreditar no futuro, no dia de amanhã para alcançar a felicidade. Ter em mente: Assim como a terra gira, o calendário muda a cada 24 horas; os tempos se transformam em minutos; nossos sonhos se apagam em segundos.

INÍCIO DE MINHA VIDA

Não fui habituado com coisas fáceis, sempre me habituei com problemas difíceis e nunca deixei de enfrentá-los. Mandava para o espaço as dificuldades procurando sempre uma alternativa para encontrar um rumo, um objetivo.
Com disciplina tentava vencer os obstáculos e construir minha própria história. Comecei a trabalhar com 10 anos de idade na fazenda de meu pai; tinha tarefas rígidas a serem cumpridas. Naquela época a cultura dos pais era ensinar os filhos a trabalhar muito cedo para não criar malandros. Aos 15 anos, trabalhei como empregado balconista numa venda de gêneros alimentícios numa jornada de trabalho de 7 às 21 horas, de segunda a sábado e aos domingos das 7 às 15 horas. Aos 17 anos, comecei a trabalhar por conta própria, até os 21 anos quando mudei para Rio Casca e recomecei uma nova história, registrada na minha trajetória profissional.
Apesar de ainda jovem quando iniciei a minha vida pessoal e profissional, tinha maturidade bastante para seguir o meu caminho. Não tinha ilusões; sabia que os prazeres da vida tinham seu preço. Não tinha padrinhos nem patrocinadores para financiar os meus projetos. A alternativa para vencer na vida seria assumir de corpo e alma as possíveis dificuldades do dia a dia da chamada Escola da Vida.
Assumi um compromisso pessoal de renunciar a muitas coisas boas que o mundo oferecia. À partir deste raciocino tomei minha decisão: Transformar meu corpo, meus braços em trabalho; minhas palavras em luz; meu suor em pão.
Grande foi a minha luta para cumprir este compromisso. Por muitas vezes, pensei que não chegaria onde cheguei. Queria recuar ou parar. Encontrava muitas barreiras, muitas encruzilhadas e não sabia como seguir. Mas, Deus estava presente em minha vida, dando-me saúde, determinação e motivação para o trabalho. Iluminava a minha mente para seguir em frente.
Tinha um sonho que o sol se abriria para mim no dia de amanhã. Este sonho se tornou realidade – “Quem acredita sempre alcança”.
Hoje tenho minha resposta: meu sucesso profissional, minha independência financeira, o respeito da minha família, das pessoas com quem convivo.
Para tomar decisões precisamos ter muita cautela: o primeiro passo é fazer planejamento, renovar as energias, olhar para o passado, reconhecer o crescimento alcançado, identificar os erros e também, valorizar os acertos. Geralmente, quando erramos, por algumas vezes, por questão de cautela, ou mesmo por orgulho, não temos coragem de assumi-los. Neste momento, nosso coração e a nossa consciência falam mais alto. Silenciosamente, nos dá a oportunidade de uma reflexão, de corrigir os erros cometidos, caso contrário, temos que pagar a conta no futuro.
Assim como a natureza nos cobra a destruição do planeta que vivemos, o poder divino cobra, no mesmo sentido, os nossos atos – “colhemos o que plantamos”. Viemos ao mundo para construir alguma coisa em nossas vidas; a princípio para nossos pais, nossos filhos e netos, e concomitantemente, para o mundo. Não importa para quem estamos construindo; faz parte do dever de nossa consciência. A palavra construir não significa, simplesmente, bens materiais. O significado é construir com trabalho, amor e respeito, os nossos aprendizados e conhecimentos para um mundo melhor. Para cumprir esta tarefa, somente aqueles que têm equilíbrio e coragem alcançam a vitória, porque os desanimados se deixam vencer pelo comodismo. Tudo na vida exige esforço, perseverança e determinação. Aqueles que temem o desafio estão diplomados para o fracasso. Somente a força interior nos faz capaz de acreditar que plantamos hoje para colher os frutos do nosso trabalho no dia do amanhã. 
MEU PASSADO, MEU PRESENTE

Nasci na era da “Idade da Pedra”, nos tempos dos carros de boi e das carroças, quando o mundo girava a 10 km por hora; hoje ele gira a 180 km por hora, aumentando a sua velocidade a cada minuto. Não existem barreiras para o progresso e a evolução dos tempos. Acompanhei grande parte desta evolução, aproveitei ao máximo aquilo que foi positivo dentro das minhas limitações. Por algumas vezes, sou questionado pelos mais jovens que os tempos são outros. Tenho que concordar em parte, pois alguns questionam dentro de suas conveniências e a minha resposta é sempre a mesma: Aproveitar a evolução em tudo que for positivo e produtivo.
Na parte dos costumes, houve um grande retrocesso, pois as pessoas usam as prerrogativas da maneira mais cômoda para levar a vida. Aqueles que viajam na vida com responsabilidade pegam uma embarcação segura, lançam nas águas do mar, enfrentam as ondas, as tempestades, o mal tempo; remam com seus próprios braços e chegam ao destino. Os que por comodismo, negligência, irresponsabilidade embarcam numa canoa movida a vento sem destino certo, ao final da travessia acordam percebendo que embarcaram em uma canoa furada. Vão afundando, pedem socorro aos salva vidas e com a maior cara de pau dizem que não tiveram sorte na vida. Os mais moderados, com cara de “Madalena arrependida” choram como vítimas do destino culpando alguém pelo seu fracasso.

MEU COMPORTAMENTO, MINHA PERSONALIDADE, MINHA MANEIRA DE SER

Por algumas vezes, tive a oportunidade de compreender que meu comportamento não é bem compreendido pelas pessoas de minha convivência. Devo ressaltar: Assim como o ser humano é produto do meio em que vive; sou produto de meu passado, das minhas origens, das minhas raízes, da minha genética e dos pesados fardos que carreguei em minha vida. As melhores lições da vida aprendi com pessoas simples, humildes, honestas, que possuem exemplos de vida, que declaram ser felizes, sendo que, as primeiras lições aprendi com meus pais.
Todo ser humano tem algum desvio de comportamento; aquele que provar o contrário, que me atire a primeira pedra. Tenho uma linha de sentimentos; às vezes sou extremamente sensível e afetivo; às vezes, ajo com razões que o próprio coração desconhece.
Fiz uma opção de vida: viver com dignidade e simplicidade. Nunca tive e não tenho pretensão de “Poder”, destaque social, status. Tenho apenas um objetivo – se minha família não puder se orgulhar de meus atos, simplesmente, não deverei envergonhá-los. Este é meu compromisso; sou símbolo e reflexo da minha personalidade e do meu estilo de vida.
Para ser sincero, não carrego a bandeira de cavaleiro do exemplo de vida. Não tenho vocação para ser missionário e cuidar da vida alheia. Aqueles que se dedicam a esta tarefa levariam 100 anos para serem reconhecidos, 100 anos para beatificação, 100 anos para serem declarados santos. Aqueles que não conseguem ser “Santos” recebem o título de bonzinho. “Bonzinhos” abrem sinal verde para os aproveitadores e recebem o atestado de “bobos”.
Com este relato, as pessoas que me julgam deveriam ter a sensibilidade de avaliar o meu passado e revisar o meu conceito. Após avaliar o comportamento de inúmeras pessoas do mundo atual, assino o meu atestado psiquiátrico: “Sou quase normal”. Falta ajustar alguns parafusos para chegar ao ponto ideal. Julguem-me da forma como quiserem; tenho o meu atestado – não abro mão da minha identidade e da minha maneira de ser.
Minha história está relacionada em dez capítulos. Já contei alguns em depoimentos anteriores. A cada 10 anos contarei um novo capítulo; os últimos, provavelmente, estarei no mundo espiritual e contarei para os anjos. Não sei se eles vão ter paciência para ouvir, pois este último capítulo será contado no ano 2060.

FINAL

Sempre escrevo minhas mensagens improvisadamente, com palavras simples relacionadas à minha escolaridade. Sai tudo, diretamente, de um computador de 80 anos. Em alguns momentos, dá uma pane e volta a funcionar em segundos.
Tenho um problema sem solução; meu DNA = Data de Nascimento Avançada. Deito pensando neste problema, sonho com  60 anos e acordo com 80. Automaticamente, agradeço a Deus por mais um dia de vida e por sua proteção na minha saúde física e mental.
Cada um é feliz na sua maneira de ser. Felicidade não se compra; é fruto de nossa maneira de levar a vida.
Meu certificado: Sou Feliz, Sou Feliz, Sou Feliz.